A
caça no Brasil está proibida desde a década de 1960 e pesquisas indicam o efeito danoso dessa prática criminosa para a biodiversidade. Entre os anos de 1930 e 1960 o Brasil alimentou, com peles e couro, a indústria de moda americana, um mercado milionário que explorou e quase dizimou muitas espécies. Entre os anos de
1904 e 1969 cerca de 23 milhões de animais silvestres foram caçados, e de acordo com a revista Science Advances, esses números dizem respeito apenas
aos estados de Roraima, Acre, Rondônia e Amazonas.
A caça no Brasil tem gerado um grande impacto sobre a população de diferentes espécies e, só na Amazônia, em pouco mais de 60 anos, foram mortos pelo menos 13,9 milhões de mamíferos terrestres, entre eles o caititu, que corre risco de extinção, o veado-mateiro, gato-maracajá, a jaguatirica, a onça pintada, entre outros. Foram 804 mil jaguatiricas e gatos-maracajá e 183 mil onças-pintadas, o maior felino das Américas. Mesmo depois de dois da proibição da caça, quase oito mil onças foram assassinadas.
Com relação aos mamíferos aquáticos, estima-se que tenha morrido cerca de 1,9 milhão, entre eles o peixe-boi, ariranha, lontras e jacarés. Segundo o pesquisador e biólogo André Antunes, o crescimento da caça na Amazônia levou muitas espécies aquáticas a praticamente desaparecerem em algumas regiões e, em trinta anos, mais específicamente entre 1930 e 1960, a caça comercial passou a ser uma das principais atividades extrativistas na Amazônia, sendo que apenas em 1967 a Lei da Fauna tornou essa prática proibida.
Apesar da interdição a caça continuou e continua a ser praticada, mas, agora com um agravante, ela é despudoradamente aceita e defendida pelo presidente da República, que já foi autuado e multado por pescar em área de proteção ambiental, bem como, costuma sempre andar acompanhado por membros de clubes de caçadores, chegando a declarar que “a caça é um esporte saudável”.
No Espírito Santo, o movimento RPPNista, do qual faço parte, se empenha em preservar o remanescente da Mata Atlântica, entretanto, em dez anos gerenciando uma RPPN, tenho observado a diminuição drástica de muitas espécies, um exemplo foi o surto de febre amarela, que dizimou muitas família de macacos bugios, incluindo os que frequentavam a RPPN Reluz. Estamos vendo menos capivaras e pássaros como o trica-ferro e veados, que ram abundantes há dez anos. Há um fenômeno contemporâneo chamado "floresta vazia".
O termo “defaunação” significa a perda da fauna, ou seja, o desaparecimento de espécies, e nesse fenômeno das florestas vazias possuem variados fatores envolvidos e um deles é a caça.
A Mata atlântica é um bioma que tem sofrido ataques desde a invasão do Brasil, em 1500, e a caça criminosa continua acontecendo e ameaçando até os animais que eram muito abundantes na floresta como a jacutinga, que é endêmica, há ainda o agravante do desmatamento e da perda do habitat natural por variados fatores.
Há doze anos sofremos com a invasão de caçadores na mata da RPPN Reluz, e de forma coletiva temos pensar em alternativas para acabar, ou pelo menos inibir essa prática criminosa.
Tudo indica que somente um esforço conjunto da sociedade civil e do poder público poderão criar mecanismos de proteção efetivos para a floresta e seus habitantes. Enfim, nos resta reunir e somar forças para lutar contra os retrocessos desse governo que odeia o meio ambiente e que trabalha para desmontar os órgãos de proteção ambiental.
Não desistiremos!
A caça no Brasil tem gerado um grande impacto sobre a população de diferentes espécies e, só na Amazônia, em pouco mais de 60 anos, foram mortos pelo menos 13,9 milhões de mamíferos terrestres, entre eles o caititu, que corre risco de extinção, o veado-mateiro, gato-maracajá, a jaguatirica, a onça pintada, entre outros. Foram 804 mil jaguatiricas e gatos-maracajá e 183 mil onças-pintadas, o maior felino das Américas. Mesmo depois de dois da proibição da caça, quase oito mil onças foram assassinadas.
Com relação aos mamíferos aquáticos, estima-se que tenha morrido cerca de 1,9 milhão, entre eles o peixe-boi, ariranha, lontras e jacarés. Segundo o pesquisador e biólogo André Antunes, o crescimento da caça na Amazônia levou muitas espécies aquáticas a praticamente desaparecerem em algumas regiões e, em trinta anos, mais específicamente entre 1930 e 1960, a caça comercial passou a ser uma das principais atividades extrativistas na Amazônia, sendo que apenas em 1967 a Lei da Fauna tornou essa prática proibida.
Apesar da interdição a caça continuou e continua a ser praticada, mas, agora com um agravante, ela é despudoradamente aceita e defendida pelo presidente da República, que já foi autuado e multado por pescar em área de proteção ambiental, bem como, costuma sempre andar acompanhado por membros de clubes de caçadores, chegando a declarar que “a caça é um esporte saudável”.
No Espírito Santo, o movimento RPPNista, do qual faço parte, se empenha em preservar o remanescente da Mata Atlântica, entretanto, em dez anos gerenciando uma RPPN, tenho observado a diminuição drástica de muitas espécies, um exemplo foi o surto de febre amarela, que dizimou muitas família de macacos bugios, incluindo os que frequentavam a RPPN Reluz. Estamos vendo menos capivaras e pássaros como o trica-ferro e veados, que ram abundantes há dez anos. Há um fenômeno contemporâneo chamado "floresta vazia".
O termo “defaunação” significa a perda da fauna, ou seja, o desaparecimento de espécies, e nesse fenômeno das florestas vazias possuem variados fatores envolvidos e um deles é a caça.
A Mata atlântica é um bioma que tem sofrido ataques desde a invasão do Brasil, em 1500, e a caça criminosa continua acontecendo e ameaçando até os animais que eram muito abundantes na floresta como a jacutinga, que é endêmica, há ainda o agravante do desmatamento e da perda do habitat natural por variados fatores.
Há doze anos sofremos com a invasão de caçadores na mata da RPPN Reluz, e de forma coletiva temos pensar em alternativas para acabar, ou pelo menos inibir essa prática criminosa.
Tudo indica que somente um esforço conjunto da sociedade civil e do poder público poderão criar mecanismos de proteção efetivos para a floresta e seus habitantes. Enfim, nos resta reunir e somar forças para lutar contra os retrocessos desse governo que odeia o meio ambiente e que trabalha para desmontar os órgãos de proteção ambiental.
Não desistiremos!
Vitória, 29 de setembro de 2019
Renata Bomfim
Nenhum comentário:
Postar um comentário